Oficial desde o início da Primeira Guerra Mundial, De Gaulle notabilizou-se como militar. Em 1940, foi nomeado general brigadeiro e posteriormente subsecretário de Estado no Ministério da Guerra. Depois da invasão da França pela Alemanha, apelou de Londres à resistência (1940), fundou o Comitê França Livre e como líder do movimento de Resistência, no ano de 1943, foi eleito presidente do Comitê Francês de Libertação Nacional em Argel. Depois da libertação de Paris em 1944, retornou como chefe do Governo provisório. De Gaulle enfrentou os partidos novamente constituídos defendendo a supremacia do cargo de presidente. Em 1946, demitiu-se do cargo de primeiro-ministro da IV República e em 1947 fundou o movimento de unidade RPF (Rassemblement du Peuple Français). Após uma tentativa de golpe militar na Argélia, o então presidente da República René Coty (1953-1959) pediu-lhe a formação de um novo governo. A Assembléia Nacional confirmou e, alterando a Constituição, lhe concedeu amplos poderes. Em 21 de dezembro de 1958, foi eleito primeiro presidente da V República assumindo o cargo em 8 de janeiro de 1959. Como presidente, De Gaulle estabeleceu pela primeira vez negociações oficiais com a Frente de Libertação da Argélia (FNL), apesar da oposição da direita, cuja rebelião mandou sufocar (1961). Em 1962, assinou o Tratado de Évian que estipulava a paz e a independência da Argélia. De Gaulle não aspirava a uma integração européia, seu objetivo era uma "Europa das pátrias", isto é, uma confederação de Estados que não renunciavam aos seus direitos de soberania nacional. Estimulou o desenvolvimento do potencial atômico francês ("Force de frappe"). O tratado sobre colaboração franco-germânica, que assinou em 1963 com Konrad Adenauer, propunha um primeiro passo para a reconciliação entre os dois povos. No ano de 1963, vetou a entrada da Inglaterra na Comunidade Econômica Européia (CEE), atitude que, associada ao estabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China (1964), à retirada da França da estrutura militar da OTAN (1967) e ao plano de neutralização do Sudeste Asiático, o colocou numa posição de evidente antagonismo perante seus aliados ocidentais e, particularmente, os EUA. Foi reeleito em 1965 e a partir de 1967 teve de enfrentar os conflitos internos cada vez mais graves que conduziram à rebelião de maio de 1968. Em 1969, demitiu-se, depois de derrotado num plebiscito sobre a reforma administrativa da França, sendo substituído por Georges Pompidou.
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